Mercado ilegal gera perda de mais de R$ 10 bilhões ao setor de apostas

Desde a regulamentação das apostas online no Brasil, a atuação de empresas ilegais tem se mostrado um dos principais desafios para o setor. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, representantes apresentaram números que mostram a dimensão do problema. Segundo o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), Fernando Vieira, cerca de metade das empresas que atuam no país operam de forma clandestina.

O mercado legal movimenta aproximadamente R$ 38 bilhões, mas o paralelo chega a girar entre R$ 26 bilhões e R$ 40 bilhões, segundo estudo recente citado na audiência. Além da concorrência desleal e da perda de arrecadação tributária, estimada em R$ 10,8 bilhões ao ano, a atuação ilegal abre brechas para problemas sociais, como a possibilidade de adolescentes realizarem apostas sem controle.

O coordenador de Monitoramento e Lavagem de Dinheiro da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, André Wainer, destacou que 80 empresas estão autorizadas a operar no Brasil, mas a fiscalização só começou no ano passado. Desde então, cerca de 17 mil sites foram bloqueados por operarem sem autorização, o que equivale a mais de 1,7 mil páginas por mês. A estratégia inclui notificar instituições financeiras que prestam serviços a essas plataformas.

Já o deputado Caio Vianna (PSD-RJ), que propôs o debate, defendeu que a forma mais eficaz de combater o mercado ilegal é a “asfixia financeira”. Para ele, apenas derrubar sites não resolve, já que os criminosos têm alta capacidade de criar novas páginas em diferentes localidades. O foco, segundo o parlamentar, deve estar no bloqueio dos meios de pagamento utilizados pelas empresas clandestinas.

Leia também: 20 de agosto é instituído como o Dia Nacional das Apostas Online