
Governo fecha parceria com big techs para barrar apostas ilegais no Brasil
Acordo prevê retirada de links e publicidades de sites não autorizados, que movimentam até R$ 40 bilhões por ano
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O governo brasileiro firmou uma parceria com as chamadas “big techs”, representadas pelo Conselho Digital do Brasil, para combater a publicidade de sites de apostas ilegais nas redes sociais. O acordo, assinado em julho com a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), determina que as empresas de tecnologia derrubem links e conteúdos de divulgação de casas não autorizadas, muitas vezes promovidas por influenciadores digitais. A medida busca restringir o alcance das plataformas clandestinas e reforçar a proteção a crianças e adolescentes no ambiente digital.
Segundo estimativas, o Brasil perde cerca de R$ 10,8 bilhões por ano devido ao mercado ilegal de apostas. O presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), Fernando Vieira, afirmou que quase metade das casas online atuam de forma clandestina. Enquanto o mercado regulamentado movimenta cerca de R$ 38 bilhões, o paralelo opera entre R$ 26 bilhões e R$ 40 bilhões, disputando diretamente espaço com as empresas legalizadas.
Os impactos negativos do setor ilegal vão além da questão financeira. Entre eles estão a ausência de mecanismos de proteção, o que permite, por exemplo, que adolescentes façam apostas sem qualquer controle. Esse tipo de prática compromete a credibilidade do setor e aumenta os riscos de vício e problemas sociais ligados ao jogo.
De acordo com a SPA, atualmente 80 empresas possuem autorização para operar no país, mas a fiscalização começou apenas no ano passado. Desde então, cerca de 17 mil sites foram bloqueados por funcionarem sem licença, o que representa uma média superior a 1,7 mil páginas suspensas por mês. A expectativa do governo é de que a parceria com as plataformas digitais torne esse combate mais eficaz e reduza a presença de sites clandestinos no mercado brasileiro.
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