
Bets concentram 15% das transações via Pix de pessoas para empresas no 1º semestre
Estudo da GMattos mostra que depósitos em apostas online somaram R$ 242,8 bilhões, com R$ 225,8 bilhões pagos em prêmios
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Um estudo da consultoria GMattos, divulgado pelo Valor, revelou que as casas de apostas online movimentaram uma fatia significativa do Pix no Brasil no primeiro semestre de 2025. Do total de transferências de pessoas para empresas, 15,3% foram destinadas às bets. Já nas operações inversas, empresas para pessoas, 13,5% do volume transacionado correspondeu ao pagamento de prêmios das plataformas de apostas.
Segundo o CEO da GMattos, Gastão Mattos, a trajetória das bets no Brasil acabou coincidindo com a do Pix: as apostas esportivas foram legalizadas em 2018, e o sistema instantâneo entrou em operação em 2020. Embora não tenha sido criado para esse fim, o Pix se consolidou como principal meio de pagamento das casas de apostas, por ser seguro, instantâneo, disponível 24 horas e ter alcance quase universal na população.
Estudos anteriores já indicavam que praticamente todo o volume movimentado em apostas ocorre via Pix. Apesar de alguns sites exibirem opções de cartão ou boleto no checkout, esses métodos raramente funcionam, reforçando a dependência do sistema de pagamentos instantâneos para sustentar a operação das bets no Brasil.
Com base em dados do Ministério da Fazenda e nos números do Pix, a GMattos estimou que, no primeiro semestre de 2025, os depósitos dos apostadores somaram R$ 242,8 bilhões, enquanto os pagamentos em prêmios chegaram a R$ 225,8 bilhões. O ganho líquido das plataformas no período foi de R$ 17 bilhões, confirmando a relevância econômica e a escala das apostas online no país.
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