
Apostas já rendem quase R$ 5 bi em impostos em 2025
Setor supera arrecadação de áreas tradicionais, mas mercado ilegal ainda movimenta mais que o dobro das bets reguladas
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A arrecadação com apostas esportivas no Brasil chegou a R$ 4,73 bilhões entre janeiro e julho de 2025, superando setores tradicionais como educação e comércio em tributos pagos. Do total, R$ 2,6 bilhões vieram da taxação de casas de apostas e R$ 2,1 bilhões das loterias, com o governo projetando receita anual entre R$ 8 bilhões e R$ 12 bilhões. O crescimento reforça a relevância do setor regulado na economia nacional.
Apesar do avanço, o país ainda perde cerca de R$ 10,8 bilhões por ano com operações ilegais. Pesquisa do IBJR e da LCA Consultores revelou que 61% dos apostadores utilizam sites não regularizados, em parte porque 78% deles têm dificuldade em diferenciar plataformas legais das clandestinas. O mercado não regulado representa cerca de 40% da indústria no Brasil, índice muito acima do verificado em países como Reino Unido (13%) e Alemanha (4%).
Especialistas defendem que restringir meios de pagamento seja uma das principais medidas para combater sites clandestinos. Empresas como a Paag, que só atuam com casas regularizadas, afirmam que o bloqueio de depósitos e saques em plataformas ilegais reduz a atratividade do mercado paralelo. A iniciativa também fortalece a confiança do público e a competitividade das operadoras que cumprem a legislação.
A Lei nº 14.790/2023 estabeleceu regras claras para apostas de quota fixa no Brasil, mas sua efetividade depende da atuação da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA). O órgão deverá monitorar, identificar e bloquear sites que tentem operar sem autorização. Para especialistas, o sucesso da regulamentação passa pela combinação de fiscalização, controle de pagamentos e fortalecimento da integridade no setor.
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