Cartão amarelo na 1ª rodada do Brasileirão levanta suspeita de manipulação

Um lance na partida entre Juventude e Vitória, realizada no último sábado em Caxias do Sul, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, levantou suspeitas de manipulação de resultados. O alerta foi gerado após o atacante Ênio, do Juventude, receber um cartão amarelo aos 36 minutos do primeiro tempo, por reclamação ao árbitro Paulo Cesar Zanovelli. Casas de apostas detectaram um volume atípico de apostas especificamente prevendo o cartão para o jogador, o que acendeu o sinal de alerta entre as operadoras.

De acordo com informações apuradas pelo ge, pelo menos seis operadoras diferentes reportaram comportamento suspeito relacionado ao lance. Em um dos casos, 99% das apostas feitas no mercado de advertência por cartão concentraram-se unicamente em Ênio, enquanto outra operadora indicou que 90% do total apostado na partida foi feito por usuários suspeitos. Normalmente, esse tipo de aposta representa menos de 1% do volume total; valores acima de 3% já são considerados fora do padrão.

Um relatório da Ibia (Associação Internacional de Integridade em Apostas Esportivas) confirma a anormalidade no padrão de apostas e serviu de base para que o caso fosse encaminhado à CBF, ao STJD e ao Ministério Público. Entre os apostadores sob suspeita, três são atletas, o que é ilegal segundo a legislação brasileira, que proíbe jogadores, árbitros, dirigentes e membros de comissões técnicas de realizarem apostas esportivas.

Diante da repercussão, o Juventude afastou Ênio da próxima partida, contra o Botafogo, marcada para este sábado às 21h, alegando que o atleta teria recebido uma proposta de um clube do exterior. Ênio vinha sendo um dos destaques da equipe na temporada. Chegou ao clube por empréstimo no início do ano, após atuar na Série B pelo Amazonas, e teve parte de seus direitos econômicos adquiridos pelo Juventude devido ao bom desempenho.

Leia também: Brasileirão: veja os favoritos para os duelos da 2ª rodada