
CPI das Apostas identifica padrão criminoso no futebol brasileiro
Relatório de Romário pede indiciamento de suspeitos e reforça necessidade de cooperação internacional
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A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, relatada pelo senador Romário, identificou um padrão criminoso envolvendo atletas e clubes brasileiros, incluindo o recrutamento de jogadores com baixos salários e contatos com dirigentes necessitados de investimentos. O relatório final apresentado pelo ex-jogador pede o indiciamento de suspeitos e sugere novas leis para combater a manipulação esportiva, com a votação do documento marcada para esta quarta-feira (19). Romário enfatizou a necessidade de cooperação internacional para enfrentar o problema, destacando o impacto das apostas na economia popular.
O presidente da CPI, senador Jorge Kajuru, elogiou o trabalho de Romário e afirmou que a comissão teve papel determinante na prisão do empresário William Pereira Rogatto, o ‘rei dos rebaixamentos’, que admitiu ter lucrado cerca de R$ 300 milhões manipulando resultados. Rogatto foi preso em Dubai, mas sua extradição ainda não foi autorizada. Kajuru sugeriu que a Comissão de Esporte ouça o empresário assim que ele retornar ao Brasil.
Apesar dos elogios, o relatório final recebeu críticas do vice-presidente da CPI, senador Eduardo Girão, que apontou omissões em questões cruciais e cobrou maior aprofundamento sobre a nomeação de Giovanni Rocco como secretário nacional de Apostas Esportivas. Ele afirmou que o silêncio em certos aspectos da investigação precisa ser reavaliado.
Kajuru tentou estender o prazo da CPI para atender a requerimentos pendentes, mas o pedido foi negado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Dessa forma, os trabalhos da comissão serão encerrados após a votação do relatório final, consolidando as investigações realizadas desde sua instalação em abril do ano passado.
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