Rio aposta em videoloterias e mira se tornar a “Las Vegas brasileira”

Empresas do setor de apostas estão expandindo sua atuação no Brasil, antes limitada ao ambiente digital, para o espaço físico. Esse movimento já começou em estados como Paraná, Paraíba e Tocantins, mas é no Rio de Janeiro que o projeto ganha maior proporção, com a Loterj apostando na ideia de transformar a cidade em uma espécie de “Las Vegas brasileira”. A autarquia já concedeu licença para 19 empresas instalarem máquinas de videoloteria (VLTs), com meta de chegar a 200 mil unidades em dois anos.

Os primeiros espaços licenciados devem ser instalados em locais icônicos, como o Hotel Nacional e o Jockey Club, reunindo não apenas as máquinas, mas também áreas de alimentação, shows e transmissões esportivas. Diferentes dos antigos caça-níqueis, os VLTs funcionam como raspadinhas eletrônicas, com devolução mínima de 65% da receita e controle de acesso por QR code para restringir a participação a maiores de idade, sob fiscalização da Loterj.

A regulamentação no estado foi estabelecida por decreto do governador Cláudio Castro, em consonância com a lei federal de 2023 que autorizou apostas físicas e online. Entretanto, decisão do STF restringe a operação das empresas ao território onde receberam a licença. Castro defendeu a medida como forma de gerar empregos, fomentar o turismo e aumentar a arrecadação estadual, que hoje é de cerca de R$ 30 milhões anuais.

Apesar do otimismo do governo estadual, a iniciativa enfrenta resistências. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, se posicionou contra a liberação e decidiu barrar a emissão de alvarás municipais, criticando a falta de controle sobre a expansão dos jogos. A proposta, contudo, permanece alinhada à estratégia do governo estadual de ampliar a arrecadação e aliviar a situação fiscal do Rio.

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